Presidente dos EUA postou mensagem dias após o término da primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista. Ele prometeu ‘um belo futuro’ para a população civil da Faixa de Gaza, sem mencionar detalhes, semanas depois de sugerir uma limpeza étnica no trritório.
Benjamin Netanyahu visita Donald Trump na Casa Branca, em 4 de fevereiro de 2025 — Foto: AP Photo/Evan Vucci
O presidente dos EUA, Donald Trump, postou nesta quarta-feira (5) uma mensagem de “ultimato” ao grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, exigindo a libertação imediata dos reféns israelenses.
Trump afirmou que está “mandando a Israel tudo o que precisam para terminar o serviço”, em referência ao apoio militar americano na campanha de Israel contra o Hamas, que destruiu o território palestino e deixou mais de 45 mil mortos, segundo o grupo terrorista.
A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e Hamas se encerrou oficialmente no último sábado (1º). A renovação ainda é incerta. No domingo, Israel interrompeu a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
“Este é o último aviso! Para a liderança [Hamas], agora é a hora de deixar Gaza, enquanto vocês ainda têm uma chance”, diz o post.
No início de fevereiro, Trump anunciou, ao lado do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, a ideia de os EUA assumirem a Faixa de Gaza e transformar o local em uma espécie de “Riviera do Oriente Médio”, com resorts e economia voltada para o turismo.
“Ter aquele pedaço de terra, desenvolvê-lo, criar milhares de empregos. Vai ser realmente magnífico”, ele disse.
Ao discorrer sobre a ideia, Trump defendeu enviar palestinos para outros países árabes, como Egito e Jordânia, sem o direito de retorno para a Faixa de Gaza, o que é definido como limpeza étnica pelo Direito Internacional.
Na mensagem desta quarta, o presidente americano falou de um “lindo futuro” para a população civil de Gaza, sem dar detalhes.
Trump posta montagem feita com IA mostrando transformação de Gaza em resort
Nesta quarta, a Liga Árabe aprovou um plano conjunto para a reconstrução de Gaza, condenando o que chamaram de “tentativas imorais” de deslocar os moradores do território. Os países também pediram a unificação dos palestinos sob a liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), excluindo o Hamas.
Apresentado pelo Egito, o plano prevê US$ 53 bilhões (cerca de R$ 310 bilhões) para reconstruir a Faixa no prazo de cinco anos, um período equivalente ao estimado pela ONU. EUA e Israel rejeitaram o projeto.