Tecnologia utiliza cabos de aço esticados entre árvores e funciona como uma tirolesa de carga para ajudar comunidades extrativistas que enfrentam dificuldades para escoar a produção.
Resumo
- Sistema utiliza cabos de aço esticados entre árvores e funciona como uma tirolesa de carga.
- Equipamento suporta até 500 quilos e é capaz de vencer terrenos íngremes em poucos segundos.
- Tecnologia foi pensada para o transporte de produtos não madeireiros, como castanha-da-amazônia, açaí e breu.

Uma tecnologia simples e eficiente desenvolvida pela Embrapa pode transformar o transporte de produtos em áreas isoladas da Amazônia. O sistema, apresentado neste mês durante um curso prático, utiliza cabos de aço esticados entre árvores e funciona como uma tirolesa de carga. Ele foi criado para ajudar comunidades extrativistas que enfrentam dificuldades para escoar a produção.
O equipamento suporta até 500 quilos e é capaz de vencer terrenos íngremes em poucos segundos. Em um dos testes, uma carga de 180 quilos percorreu 40 metros em menos de 30 segundos.
“Começamos a desenvolver essa tecnologia em 2021. Ela pode transformar a vida de quem vive do extrativismo em áreas isoladas”, afirmou Kátia Emídio da Silva, pesquisadora da Embrapa.
“O cabo é preso de uma árvore a outra, e por ele a carga desliza com ajuda da gravidade. É simples, barato e funciona muito bem”, explicou o instrutor técnico Alacimar Viana.

A tecnologia foi pensada para o transporte de produtos não madeireiros, como castanha-da-amazônia, açaí e breu. A proposta é levar a solução para comunidades onde o acesso é difícil e o esforço físico ainda é a única alternativa.
“Lá em Barcelos, a gente leva até duas horas pra trazer a castanha do Lago das Pedras. Com esse cabo, seria muito mais rápido e seguro”, contou a agroextrativista Sandra Amazonas.
Três kits completos com cabos e materiais foram doados para uso nas comunidades. Segundo os pesquisadores, o sistema pode reduzir em até 80% o esforço físico e os custos de produção.
Inspirado nas tirolesas, o sistema foi desenvolvido na Amazônia para servir à Amazônia. É uma prova de que é possível conciliar tecnologia, floresta e dignidade.
Fonte: G1